A polêmica da pelemania da Arezzo

Nas últimas semanas ocorreram várias discussões nas redes sociais sobre a coleção “pelemania” da Arezzo, que usa peles de animais verdadeiras (como raposa, coelho). Uma discussão voltou à cena: o uso da pele de animais na moda. A polêmica foi tão grande que a marca decidiu retirar os produtos com peles “exóticas” da loja.

Pelemania da Arezzo

A principal ação veio da página criada no Facebook, intitulada “Boicote AREZZO” – contra a coleção Pelemania, possui mais de 6000 pessoas adicionadas ao perfil. Destaco também a blogagem coletiva requintada do LuluzinhaCamp sobre pelemania.

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A tendência da moda mundial é pensar em um mundo mais sustentável e ecologicamente correto. Essa discussão está muito além de ditos moralistas, do que é apenas politicamente correto. A noção de responsabilidade social é pensar como a decisão de uma empresa pode contribuir para a sociedade e para o meio ambiente voluntariamente. As empresas não podem querer apenas obter lucro da sociedade/ambiente.

É preciso pensar como oferecer algo positivo para a mesma e formar uma consciência sobre os danos que se pode causar ao usar pele de animais. Já imaginou quantos sapatos são produzidos para uma coleção? Quanto essa “quantidade de matança” pode afetar o meio ambiente? A pele de animais enquanto mercadoria? A matança enquanto mercadoria? De que forma uma coleção que usa raposa e coelho pode trazer algo positivo para a sociedade? Vamos refletir!

Pelemania da Arezzo

A pelemania da Arezzo foi um tiro no pé dado pela marca, e o boicote foi bem merecido! (Foto: Garotas de Propaganda)

Críticas da Pelemania da Arezzo

Muitos fashionistas que apoiaram a coleção Pelemania da Arezzo questionaram essas ações contra a marca e trouxeram à luz a questão sobre o uso do couro de boi. Tentativa de desviar o assunto e a responsabilidade socioambiental da Arezzo sobre a matança de animais raros. Conforme trata a Veja SP: “o abate de bois, é verdade, inclui-se numa categoria considerada menos prejudicial”. Devido o consumo de carne, os animais já morreriam e, portanto, melhor promover o aproveitamento de tudo, inclusive do couro.

Essa é apenas a ponta do iceberg para uma questão muito mais ampla e como aponta a Srta. Bia: precisamos refletir sobre os atos individuais. Certamente, deixar de comprar um sapato de pele de raposa, de coelho pode simbolizar uma ação muito maior. Os atos individuais refletem no todo, no social. Pequenas atitudes podem se transformar em hábitos conscientes e saudáveis.

O contrário também é possível! Quer exemplo? A Chanel usou “pele fake” (sintética) em desfile (inverno 2010) e perpetuou a ideia de peles sem matança, em prol de um consumo luxuoso mais consciente. A criatividade da moda não vale raposas, coelhos mortos…

Ninguém é perfeito, mas podemos tentar ser melhores. As grandes marcas tiram muitos proveitos econômicos e sociais do mundo e, por isso, precisam por em questão aquilo que a sociedade pensa sobre assuntos tão polêmicos antes de sair criando suas coleções de moda. Por que não ter a recepção da sociedade sobre algo tão polêmico, antes de criar a coleção? Que tal uma pesquisa de consumo?

Eu AMO SAPATOS, mas sou contra a crueldade na moda. Chique é “pele fake”, bacana é uma marca ter responsabilidade socioambiental e surpreendente é o consumo consciente.

Quero saber o que você pensa sobre o assunto! Solte a sua opinião nos comentários…

2 comentários para: “A polêmica da pelemania da Arezzo”

  • Maria

    Bom dia, eu acho muito bem que se aproveite tudo, se isso fosse feito de uma forma correcta e honesta.
    Só que geralmente, o dinheiro fala mais alto, o que leva a que os animais sejam maltratados e isso é completamente inaceitável, deveria ser punido severamente.
    Espero que se mudem mentalidades, para que se possa viver com dignidade, quer sejam humanos ou animais.
    Obrigada por poder dar a minha opinião.

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  • Jana Baumgartner

    Certamente, é fora do contexto esta iniciativa de lançar coleção com peles de animais. Selvagem é quem sacrifica a vida, sem necessidade. A Arezzo ainda nos primórdios. Que Pena. Já fui consumidora um dia…

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